Este boletim tem como objetivo fundamental divulgar o trabalho realizado no âmbito do Projeto de Autonomia e Flexibilidade Curricular.
7 PARTILHAS porque somos 7 escolas. 7 PARTILHAS porque queremos ser concisos. 7 PARTILHAS porque o 7 significa renovação.
7 PARTILHAS porque sai ao dia 7 de cada mês.


N.º 2 - abril 2018
1. PARTILHAS COM O EXTERIOR
 
    O Projeto de Autonomia e Flexibilidade Curricular do nosso agrupamento ganha voz.
  Nos últimos meses, temos vindo a partilhá-lo com diretores e professores de outras escolas, associações de professores, associações de pais, encarregados de educação, entidades ligadas a universidades e ao poder local.
   Partilhar a nossa prática pedagógica é uma forma de valorizar o conhecimento que vamos construindo, mas também de aprender com a experiência e as interrogações dos outros. Esta interação é, ainda, um contributo para que todos juntos possamos construir uma Escola em que cada aluno encontre o seu Projeto Educativo.
   Em março, estivemos em Setúbal, em Almada e no Gavião a apresentar o projeto “Azeitão, uma escola em (trans)formação”. Levámos exemplos de como trabalhar interdisciplinarmente os conteúdos; de instrumentos e formas de fazer uma avaliação orientada para a aprendizagem e não para o resultado, dito de outra forma, uma avaliação pedagógica; mostrámos os momentos de trabalho colaborativo registados nos horários de alunos e professores; os Dias do 5@bER Sem Fronteiras; os momentos de Assembleias de Alunos; a (des)arrumação de salas de aula… Enfim, discutimos a inevitabilidade de anular barreiras entre disciplinas e de ousar fazer diferente.
   Em Azeitão ou em qualquer um dos locais por onde temos passado, todos defendem a mudança, todos desejam uma Escola melhor. Todos estão de acordo que a (trans)formação se faz dentro da sala de aula.
   As diferentes vozes partilham a ideia de que educar numa cultura de mudança implica que os alunos aprendam através de projetos inter e transdisciplinares.

 
Maria Clara Félix, Diretora do Agrupamento de Escolas de Azeitão
2. O SCRATCH E A INTERDISCIPLINARIDADE

 
   Desde 1986, procuro integrar as tecnologias em sala de aula, nomeadamente as linguagens de programação, numa perspetiva transversal. Em 2008, passei do LOGO para o Scratch. O Scratch foi concebido e desenvolvido no MIT (divulgado ao público em 2007) como resposta ao problema do crescente distanciamento entre a evolução tecnológica no mundo e a fluência tecnológica dos cidadãos e pensado, igualmente, para promover um contexto propício ao desenvolvimento das competências transversais ditas «para o século XXI», nomeadamente a resolução de problemas (entre muitas outras).
   O contexto de área de projeto, no tempo do currículo nacional, foi fértil em experiências de interdisciplinaridade, envolvendo a utilização desta ferramenta, sempre com bons resultados.
Agora que se voltou a valorizar este tipo de abordagem interdisciplinar, foi natural a continuação da sua utilização ao serviço de projetos, nos Domínios de Autonomia Curricular, em duas turmas de 5.º ano. Numa, com o projeto “Orienta-te”, envolvendo História, Educação Visual, Educação Tecnológica, TIC, Matemática e Educação Física, onde a construção de rosas dos ventos com o Scratch permitiu a aplicação de conteúdos variados de Matemática (geometria e cálculo) em estreita ligação com os conteúdos das restantes disciplinas e, noutra, ao serviço do projeto “EST - Experiências, soluções, tecnologias”, onde o Scratch foi utilizado em experiências de escrita criativa/colaborativa (com a Matemática subjacente na construção dos projetos, ampliando os conteúdos já referidos com o referencial cartesiano – movimentos das personagens) na animação do reconto de uma história (a partir de leitura recomendada no PNL) elaborada por cada grupo de trabalho, também em articulação com outras disciplinas.
   Não se trata de uma prática nova, antes sim da validação de uma ferramenta que, adequadamente utilizada, tem o potencial para promover a interligação de conteúdos e conta já com uma maturidade de utilização na nossa escola. Uma vez que estes alunos participaram nos projetos de programação no primeiro ciclo, todo o trabalho assentou em conhecimentos prévios e aprofundamento de competências, numa lógica de articulação curricular vertical. De assinalar que ambas as diretoras de turma haviam frequentado, em anos anteriores, na escola, cursos de formação sobre o Scratch, o que facilitou o desenvolvimento dos projetos e a participação plena em todas as fases do trabalho.
 
Teresa Marques, Docente do grupo 230
3. OFICINAS SOBRE SUSTENTABILIDADE


   Estas Oficinas decorrem uma vez por período, na Escola Básica de Vila Nogueira de Azeitão. No 2º período, realizaram-se no último dia de aulas. Pretende-se que os alunos participem de livre escolha em oficinas sobre o tema da sustentabilidade e que partilhem saberes e cooperem com colegas de outras turmas e de diferentes idades.
   Organização:
- na sala, com o professor, cada aluno inscreve-se nas oficinas;
- em cada oficina, só de podem inscrever quatro ou cinco alunos de cada turma;
- cada aluno participa em duas ou três oficinas;
- cada oficina tem a duração de uma hora;
- cada oficina recebe, no máximo, cerca de vinte alunos de diferentes turmas.
   As Oficinas em que os alunos participaram, no 2º período, foram as seguintes: “Experiências”; “Construções com materiais recicláveis”; “Lenda do Mar”; “Curtas de cinema”; “Projeto sobre uma construção sustentável (ex. carro, depósito de recolha de água…) e “Jogos sobre a sustentabilidade”.
   Estas oficinas têm permitido aos alunos da escola estabelecerem relações em diferentes contextos, dentro e fora da sala de aula. A formação de grupos de diferentes idades, comportamentos e saberes favorece um trabalho colaborativo em que os alunos assumem diferentes papéis na resolução de um problema comum. Esta forma de trabalho potencia a criação de um ambiente rico em descobertas mútuas, partilha recíproca, facilitando o desenvolvimento de conhecimentos, capacidades e atitudes.
 
Maria Cândida Tourais, Coordenadora da Escola Básica de Vila Nogueira de Azeitão 
4. AS BIBLIOTECAS ESCOLARES NA PROMOÇÃO DA CIDADANIA E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


 
   Aos oceanos chegam todos os anos cerca de 8 milhões de toneladas de plástico, com um impacto enorme nas espécies e ecossistemas marinhos.
   Apesar do plástico ter uma variedade enorme de utilizações, de ser um material útil, duradouro e versátil e que contribui em muitos domínios para o bem-estar humano, é urgente alertar que o seu uso de forma descontrolada tem impacto negativo no planeta e no Homem. Por esta razão, é importante sensibilizar o público sobre a problemática do plástico nos oceanos e fornecer-lhes ferramentas para conseguirem minimizar o seu impacto a este nível, através da alteração de comportamentos.
   O Oceanário de Lisboa pretende contribuir para elevar a literacia dos oceanos, em Portugal, promovendo o conhecimento dos oceanos e a vontade de contribuir para a sua conservação, tendo como base os valores da sustentabilidade e da necessidade de proteger a biodiversidade marinha.
 
   No âmbito da promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável, as Bibliotecas Escolares do agrupamento procuraram desenvolver parcerias com entidades credenciadas nestas áreas. Assim, surgiram os mini workshops sobre Plasticologia Marinha, dinamizados por biólogas do Oceanário de Lisboa, que têm vindo a contactar com alunos de todos os ciclos e todas as escolas do agrupamento, promovendo palestras, debates e experiências de modo a alertar para o uso consciente e responsável do plástico e para a forma como este pode colocar em perigo a vida marinha. Estas sessões têm vindo a decorrer desde janeiro e irão prolongar-se até final de maio, abrangendo turmas em flexibilização curricular, mas também os outros anos de escolaridade.
   As atividades desenvolvidas conduzem a uma abordagem interdisciplinar dos problemas que os alunos também devem combater enquanto cidadãos responsáveis e intervenientes na defesa do ambiente que os rodeia.
   A Biblioteca assume a sua missão de entidade articuladora, apoiando projetos que têm a sua génese nestes workshops ou dando continuidade a outros já iniciados.
 
Carla Martins e Helena Fonseca, Professoras Bibliotecárias
5. HISTÓRIAS CONTADAS COM AS TIC 

 
   “Histórias contadas… aventuras e outras!” é o título do projeto interdisciplinar planificado pelos professores de Português, Matemática, Ciências Naturais, Inglês, Educação Visual, História e Geografia de Portugal, Educação Tecnológica, Educação Visual e Educação Física, e cujas atividades têm vindo a ser realizadas no Domínio de Autonomia Curricular (DAC).
   Este período, com o regresso da professora à escola, a disciplina de Tecnologias de Informação e Comunicação juntou-se ao projeto, com o objetivo dos alunos criarem colaborativamente um produto original, com recurso à programação, fomentando o desenvolvimento do pensamento computacional, centrado na descrição e resolução de problemas e na organização lógica de ideias.
   Assim, no dia 12 de fevereiro, iniciou-se um trabalho em Scratch, tendo por base as atividades realizadas até ao momento nas outras disciplinas. Planificou-se duas horas de DAC, envolvendo as disciplinas de TIC e Matemática, nas quais os alunos iniciaram a criação de animações individuais com a apresentação dos personagens criados em Educação Visual. O trabalho seguiu com a inclusão de um problema matemático, pensado e resolvido, por cada aluno.
   Nos próximos “Dias do 5@ber Sem Fronteiras” irá ser adicionado às animações um jogo em inglês, o qual irá espelhar as características físicas e psicológicas dos vários personagens criados pelos alunos e a apresentação dos mesmos em língua inglesa. O contributo das TIC terminará com a construção, também em Scratch, da história criada pelos alunos em Português em que cada um irá programar as ações inerentes ao seu personagem naquele que virá a ser um trabalho desenvolvido em grande grupo.
   Até ao momento, os alunos demonstraram interesse e empenho em todas as atividades do projeto.

 
Vânia Ramos, Docente do Grupo 550 - TIC
6. PLANO INDIVIDUAL DE TRABALHO (PIT)
 

   Nesta sala, a implementação do Plano Individual de Trabalho (PIT) está organizado em duas vertentes:
  a) os alunos planificam as suas atividades para a manhã, escolhem a partir do que a professora organizou e fazem o registo num documento facilitador. Por exemplo, podem escolher uma obra para ler e depois fazer um pequeno resumo, escrito ou ilustrado, que poderá ser apresentado à turma ou exposto na sala.
  b) os alunos trabalham de forma mais individualizada, com a sua professora titular ou com a professora coadjuvante, de forma a poderem superar as suas dificuldades. São preparadas atividades direcionadas especificamente para eles.
  Esta forma de trabalhar favorece o desenvolvimento da autonomia e responsabilidade dos alunos. Predominam as situações em que os alunos estão organizados consoante sua escolha, trabalhando de forma colaborativa. Por vezes não é muito pacífico, mas são sempre encorajados a fazerem cedências e acordos … acabando sempre por chegarem a consensos!!

Deolinda Ferreira, Docente do Grupo 110 – 1º Ciclo
7. CIDADANIA E EMPREENDORISMO
 

   No âmbito do trabalho desenvolvido em articulação com a organização Junior Achievement Portugal, a voluntária Cristina tem visitado a sala 4 da Escola Básica da Brejoeira, dinamizando atividades diversificadas sob o Tema: “A Família”.
 Tem havido oportunidade para os alunos do 1º ano, turma C, tomarem consciência das diferentes tipologias de Família, descobrindo as semelhanças e diferenças entre membros de uma família, e como todos podem trabalhar para fazer do local onde vivem um lugar melhor.
 Estas ações tem proporcionado experiências transformadoras, visando a promoção da Cidadania e do Empreendedorismo.
 
Deolinda Ferreira, Docente do Grupo 110 – 1º Ciclo
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